O tempo se encarregou de dar à torre – que leva o nome do seu projetista – o valor que ela merece. O tempo também fez dela e do colega britânico símbolos maiores não só de suas cidades-sede, mas de seus países. Assim, a Torre Eiffel está para a França como o Big Ben está para a Inglaterra.
Apesar disso, sempre vi com certa reticência os dois monumentos. Não que duvidasse de seus valores como patrimônio ou discutisse suas belezas; apenas os considerava “turísticos” demais, se é que existe algum mal em ser turístico. À distância, ambos me soavam como “Disneylândia”, substantivo que assume ares de adjetivo para qualificar algo como “fake” (não um falso no sentido literal e simo como algo feito só para agradar o visitante).
Tremendo engano. Subestimei o relógio e a torre – ditos assim, informalmente, para que se estabeleça uma contradição clara entre a palavra escrita e o significado embutido nela (ou, para quem gosta de semiótica ou linguística, entre significante e significado). Ambos são muito mais belos do que se imagina. Do eu que imaginava. Claro, algo não poderia à toa se tornar símbolo de países tão ricos culturalmente como França e Inglaterra.
A Torre Eiffel é monumental vista de longe, de perto, de cima, de baixo. Claro que a paisagem parisiense que a cerca contribui para acentuar tudo o que ela representa, mas isto de forma alguma reduz o seu valor. Pelo contrário, o cenário acrescenta. Parece miragem, mas não é – eis o segredo da torre.
Belo e imponente, o Big Ben é a referência temporal e espacial dos londrinos. Se em Paris a Torre Eiffel tem a capacidade de parar o tempo e o espaço, em Londres o famoso relógio dita o tempo e o espaço.
A Torre Eiffel e Big Ben foram feitos para serem admirados, contemplados. E a contemplação exige mais do que a disposição em ver; é preciso também estar disposto a sentir.
* A Torre Eiffel recebe cerca de seis milhões de turistas por ano. Atualmente, em média, ela é palco de quatro suicídios por ano - o número já foi maior, mas medidas de segurança foram tomadas. Para saber mais sobre a torre, clique aqui.
* Três pessoas cuidam da exatidão do Big Ben. Eles dão corda no relógio três dias por semana - segunda, quarta e sexta-feira.
PS: para ver mais fotos, clique aqui.
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