Para uma cidade como Nova York, que abriga o MoMA, o Guggenhein poderia ficar em segundo plano. Poderia. Não há, porém, como não se inquietar (no bom sentido) diante dele. E decididamente o que contribui para essa sensação tem a assinatura de Frank Lloyd Right. A arquitetura do museu é indiscutivelmente atraente e provocativa. O arquiteto conseguiu, à la Niemeyer, fixar um monte de curvas numa cidade reta – vertical e horizontalmente. E isto não é pouco.

Dito e feito. Na segunda ida a Nova York, o Guggenhein virou prioridade. Como da primeira vez, estive lá debaixo de chuva. Foi lá que o vento quebrou meu guarda-chuva de US$ 5... (mas essa é outra história).
Na ocasião (setembro de 2009), a direção do museu preparava os andares (existem andares naquela rampa circular?) para receber as obras de Kandinsky. Elas já estavam ali, dispostas naquelas gôndolas típicas para carregar obras de arte. Uma e outra aguardavam - encostadas nas paredes - sua vez de serem penduradas. Ângulos, iluminação, tudo tinha que ser checado detalhadamente.
Ainda assim, em “reforma”, o Guggenhein mostrou o seu valor. E este valor passa necessariamente por sua arquitetura. Se suas curvas já são interessantes por fora, por dentro elas são estonteantes. É curioso olhar para todos os lados e não ver um “ponto de referência” – um canto, uma quina, uma parede que possa indicar uma direção. O que se vê é um caracol que, não fosse aquele um prédio mundano, pareceria infinito.
Não é à toa que o trabalho de Frank Lloyd Right ganha tanto destaque na história e na loja do museu quanto as obras do acervo em si.

PS: não fossem as curvas desenhadas por Frank Lloyd Right, talvez eu não tivesse encontrado o Guggenhein depois de mais de duas horas caminhando pelo Central Park em busca de uma saída... Pensando bem, as voltas ao redor do mesmo ponto no Central Park eram um prenúncio das curvas do Guggenhein.
Em tempo: o "Manhattan Conection" (GNT) de 12/12 trouxe uma matéria sobre o assunto:
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