Panamá, passado e futuro

Uma nação nova, com pouco mais de cem anos, mas com muita história. Este é o Panamá, um dos países mais importantes da América Central.
Os colonizadores chegaram em 1501, na costa do Atlântico. Encontraram uma região de florestas e clima tropical. A temperatura média durante o ano é de 27 graus. A umidade é alta, chove de oito a nove meses por ano, o que aumenta o calor.
O Panamá mantém um pé no passado. A atual capital, a Cidade do Panamá, foi fundada em 1519. As ruínas do primeiro povoado ainda estão aqui, na área conhecida como Panamá Viejo. Pedras que contam história. O antigo Convento de Santo Domingo foi criado em 1571, mas estes restos são de um século depois. O Convento dos Jesuítas foi erguido entre 1578 e 1582. Mas o prédio mais preservado é o Convento das Freiras da Conceição.

















Toda esta área foi destruída em 1671 pelo grupo do pirata galês Henry Morgan. Ele comandava dois mil homens e 35 navios. O ataque foi devastador.
“O Panamá era um ponto estratégico para os espanhóis na cruzada do ouro. Do Panamá saíram grandes conquistadores, como Pizarro. Os espanhóis vinham da Europa, embarcavam em Portobelo ou San Lorenzo, cruzavam pelo caminho real e chegavam ao Pacífico. Dali saíam para os países do Pacífico para trazer ouro, prata da Bolívia, traziam para o Panamá. Os piratas ingleses sabiam dessa travessia. Por isso atacaram o Panamá. Portobelo foi atacada por Francis Drake, Edward Vernon e o pirata Henry Morgan”, conta o guia Alexander Biggs.
Em 1674, três anos após o ataque, o vilarejo foi reconstruído em outro local, hoje conhecido como Casco Antiguo ou Casco Viejo. A área sofreu vários incêndios. Um deles, em 1736, destruiu 95% das casas, que eram de madeira. O que se ergueu depois disso está aqui até hoje.







A Catedral Metropolitana, na Plaza Mayor, foi construída entre 1688 e 1796. Ela chama a atenção pelas torres brancas em contraste com a fachada de pedras, muitas vindas da mesma Panamá Viejo destruída pelo ataque pirata.







Exemplo de sobrevivência, Casco Antiguo teve dias de abandono. A realidade começou a mudar em 1997, quando a Unesco, órgão das Nações Unidas para a Educação e a Cultura, declarou a área Patrimônio Histórico da Humanidade. Desde então vários imóveis foram restaurados. A reforma das ruas foi tocada por uma companhia brasileira, a Odebrecht.
Com as obras, a arquitetura colonial ganhou vida. Lojas, bares, restaurantes foram abertos. As floreiras nas sacadas das casas dão um charme especial ao lugar. Um passeio pelas ruas e becos de Casco Antiguo é uma volta ao passado.







Mas o Panamá tem também um pé no futuro. Do que restou do antigo clube de dança dá para ver os prédios de arquitetura contemporânea na capital. A cidade vive um "boom" de construções: 60% destes prédios surgiram após 2004. Entre 2010 e 2012, a rede hoteleira ganhou 4,5 mil quartos. Outros quatro mil estão sendo feito em todo o país. Serão 27 novos hotéis nos próximos dois anos.
As obras não param. O projeto do metrô na capital avança. O Aeroporto Internacional de Tucumén está sendo ampliado. Ele é o centro de conexões da principal companhia aérea do país, a Copa Airlines, para todo o Caribe. E recebe cada vez mais brasileiros: nos últimos 13 anos, o número de voos do Brasil para o Panamá cresceu 845%.
Em 2013, até setembro, o Panamá recebeu 1,5 milhão de turistas. O número representa 44% da população do país, de 3,4 milhões de habitantes. É a mesma população da zona sul de São Paulo. Metade dos moradores vive na capital.






Na definição da geografia, o Panamá é um istmo. Uma porção de terra estreita, cercada de água e que liga duas grandes extensões de terra. O país faz divisa ao norte com a Costa Rica e ao sul com a Colômbia. À leste e à oeste, os oceanos Atlântico e Pacífico.
Para o casal brasileiro que passeava pelo Caribe em lua de mel, a visita ao Panamá surpreendeu. “Foi acolhedor, um pessoal bacana, muito bem recepcionado. A cidade achamos até bem organizada, limpa, bacana", disse o empresário Carlos Alberto Ferreira. “Achei bem semelhante a São Paulo. Organizado, as pessoas bem acolhedoras”, falou a empresária Tatiana Ferreira.
A norte-americana que mora no frio Alasca também gostou do país. “É um pouco quente, mas eu gostei. A cidade é grande...”, afirmou Sherry Scott. E a argentina Irma Cicchitti, empregada administrativa: "Me encanta. Me surpreendeu ver uma cidade tão antiga de um lado e uma cidade tão moderna de outro. A verdade é que me surpreendeu muito.”

* Reportagem feita originalmente para o programa "Matéria de Capa", da TV Cultura (dom., 19h)

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