E já que na Suíça não
dá para perder hora, o país ficou famoso também pelos relógios. As melhores
marcas do mundo estão lá. Em Genebra, tem relógio de todo tipo, até de flores. A
cidade é considerada a capital mundial desse acessório.
A vocação teve
impulso no século 16, quando os ares da reforma protestante chegaram por lá. O
movimento que contestou as bases do catolicismo proibiu o uso de joias e, para
os trabalhadores joalheiros, restou migrar para o ramo de relógios. Hoje, a
cidade abriga fábricas das marcas mais cobiçadas do mundo. Os produtos feitos lá
podem ser apreciados nas vitrines. É só dar uma voltinha pelas principais ruas
do comércio local.
A fábrica da
Custos é nova, foi fundada em 2005. Fica no tradicional bairro de São Gervásio,
onde nasceu a indústria relojoeira de Genebra. Tradição unida com modernidade,
diz um dos fundadores. Formado em engenharia micromecânica, Antonio Terranova é
responsável pelo desenvolvimento das tecnologias embutidas em cada relógio.
São 35
funcionários, 80% deles portugueses. Eles fazem entre 1,5 mil e 2,5 mil relógios
por ano. Um produto relativamente raro, feito com paciência e precisão. A
diferença se reflete no tempo de trabalho: nas grandes fábricas, um relógio é
concluído em 20 minutos; na Custos, leva quatro horas - 80% do trabalho são
feitos de modo artesanal, o que significa foco nos detalhes. É preciso mesmo
ter atenção para trabalhar com peças tão pequenas. São de tungstênio,
titânio, aço, vidro e pedras como safira e rubi.
O resultado de
tanta perícia é um produto que mistura performance, eficácia, elegância e
precisão. Os relógios da Custos chegam a valer US$ 350 mil.
Na capital Berna,
a precisão dos relógios virou atração. A torre do relógio fica na principal rua
do centro histórico. Serve como uma fronteira entre passado e presente. A cada
hora, pessoas de todo o mundo param para assistir a um show que atravessou
séculos. Mas para conhecer melhor essa história é preciso subir escadas.
Num país
conhecido pela pontualidade e pela fama de seus relógios, talvez nenhum outro
local seja tão importante neste quesito do que o coração da torre,
onde fica o maior relógio da Suíça. Acredite: o mecanismo está lá desde 1530. Isto
significa que o pêndulo está balançando há quase 500 anos. Cada engrenagem tem
uma função, algumas para marcar os minutos e as horas, outras para movimentar
cada personagem do relógio.
De quebra,
quem vai até lá ganha de presente uma bela vista da cidade.
Para uma
capital, Berna é bem tranquila. Nada de trânsito, poluição, correria... Com
cerca de 150 mil moradores, 80 vezes menos que São Paulo, a cidade considerada
patrimônio mundial graças à preservação do centro antigo da época medieval
exibe seu charme nas fachadas, fontes e nos seis quilômetros de arcadas hoje
tomadas por lojas – o mais longo calçadão de compras coberto na Europa.
No Rosengarten,
os visitantes se encantam com a beleza das rosas. As crianças se divertem e os
adultos aproveitam para descansar. O parque, no topo de uma pequena colina,
oferece uma bela vista de Berna, contornada pelas águas verdes do rio Aar.
Ali perto, nas
margens do rio, fica o parque dos ursos. A história de Berna está diretamente
ligada a eles, por isso o parque é tão especial e atrai tantos turistas. Conta
a lenda que quando um duque chegou por lá no século 12, disse que daria o nome
ao lugar ao primeiro animal que conseguisse caçar. E o primeiro animal foi
um urso - daí o nome da cidade, que significa ursos em alemão.
A pequenina e
charmosa capital suíça esbanja qualidade de vida. Como toda a Suíça. “O que
mais chamou minha atenção quando cheguei aqui foi a organização, a educação do
povo, porque tudo funciona, a segurança, a estabilidade, a saúde, o transporte,
tudo”, diz a psicóloga Valquíria Sousa Ferreira. “É um país lindo, acolhedor, em
que há beleza natural em todas as partes. Por onde você anda na Suíça vai
encontrar um encanto. Você tem a impressão de que a Suíça é algo que não é
verdadeiro, que foi pintada, montada, lugares esplendorosos”, comenta.
Parece cenário
de filme ou embalagem de chocolate...* Texto original de reportagem feita para o programa "Matéria de Capa" (TV Cultura, dom., 19h30)
** A foto do relógio é de divulgação; as demais são minhas
Um comentário:
Bela matéria parabéns, eu também trabalho com vendas de relógios suiços e gostei muito de sua matéria, por que ela enriquece muito o nosso conhecimento. https://relogiossuicos.com.br/
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