Os encantos de Natal

Muitas pessoas podem perguntar porque as postagens internacionais predominam neste blog. A resposta é simples: porque têm sido as minhas viagens mais freqüentes. Sim, eu confesso, não conheço nada do Brasil para cima de Vitória (ES). Sim, eu não conheço o Nordeste. Sei que um dia vou conhecer, mas admito que a região não está na minha lista de prioridades. Não, não se trata de nenhuma frescura ou de falta de valorização do que é nosso. Ao contrário: sei que o Norte/Nordeste é maravilhoso. Tenho uma vontade particular de conhecer os Lençóis Maranhenses - provavelmente este seja o meu primeiro destino lá para cima.
Enquanto não incluo Fortaleza (CE), Natal (RN) e cia. nos meus planos de viagens, vou curtindo os relatos alheios. Minha mãe acabou de voltar de Natal. Ela já conhece Porto Seguro (BA), Fortaleza, Maceió (AL) e agora a capital do Rio Grande do Norte. Ou seja, muito mais do que eu. Ela adorou Fortaleza. Acho, à distância, que a capital cearense tem uma infra-estrutura melhor. Foi de Natal, porém, que ela trouxe as mais belas imagens - dela, registre-se (antes que algum fotógrafo profissional ou algum turista qualquer me critique).
As fotos de Natal não deixam dúvida: nosso litoral é abençoado por Deus e bonito por natureza! É difícil escrever sobre um lugar sem ter estado lá - para mim, viajar é essencialmente "sentir" os lugares. Arrisco-me, porém, a falar de Natal. Embora não a conheça, a cidade tem algo de mágico. Sim, eu sei o que é: é o fato de estar lá naquele cantinho do Brasil, bem no alto. Parece o ponto final (sim, há Fernando de Noronha mais à direita, mas já é fora do continente). Natal, portanto, parece ser um destino paradisíaco.
As dunas e as falésias natalinas são um encanto. O cajueiro gigante também - aliás, onde está aquele famoso menino? Minha mãe não o encontrou... O mar? Ah, o mar, aquele esverdeado que se mistura com o azul do céu num lado e com o escuro da areia em outro, produzindo um efeito visual mágico que faz das pessoas meros detalhes nas fotografias (que me perdoem minha mãe e todos aqueles que se acham o centro das fotos, mas a paisagem é deslumbrante).
Muitos poderão dizer que esta descrição cai bem para qualquer capital nordestina (e suas redondezas, porque a beleza mora mesmo longe dos centros urbanos). E é verdade, mas eu escolhi Natal. Escolhi Natal porque me encantei pelo canto da cidade, um canto ouvido à distância, trazido na mente e traduzido em sorrisos. Se é, pois, difícil escrever sobre a alma de um lugar que não se conhece, mais difícil ainda é sentir a alma de um lugar desconhecido. Pois eu consegui, quase como numa atividade mediúnica, sentir as cores, os cheiros, os ritmos e os sabores de Natal. Alguém duvida? Tente, então, entregar-se à imaginação e verá que é possível. Depois, é só arrumar as malas.

PS: Natal tem origem portuguesa, ligada à construção da Fortaleza dos Reis Magos em 6 de janeiro de 1598. Em 1633, a fortaleza foi ocupada pelos holandeses e a cidade virou Nova Amsterdã até 1654. Quer mais que uma cidade que mistura portugueses e holandeses em sua história?

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