Johann Wolfgang Goethe (1749-1832) viveu em Weimar (onde morreu em 22 de março), cidade da Turíngia (ver no mapa), na porção centro-oriental da Alemanha. Trabalhava como ministro e poeta da corte, informa a resenha.
Weimar é uma cidade histórica (património da humanidade pela Unesco), marcada por um passado recente e um outro mais distante. Recente devido às marcas do nazismo e distante em razão do período setecentista – época em que foi, segundo a resenha, “ponto de encontro de escritores e intelectuais europeus” (Nietzsche também morou lá). A cidade abriga a Universidade da Bauhaus e está a seis quilômetros do campo de concentração de Buchenwald (por onde passaram 250 mil prisioneiros, 50 mil dos quais morreram).
Junto com Gotha e Rudostadt, Weimar forma uma espécie de triângulo de antigos arquivos alemães que eu visitei em outubro de 2006.





O extermínio em massa se deu provavelmente em 4 de abril, após a ordem de retirada dada pelos nazistas (que já tinham perdido a guerra). Segundo o folder, “há evidencias de que a Gestapo de Weimar cometeu uma série de assassinatos na sua marcha de retirada antes da chegada dos soldados norte-americanos”. Dos corpos encontrados, só 45 puderam ser identificados pelos seus números de prisioneiros; 101 permanecem desconhecidos.
São justamente os nomes dessas pessoas que estão encravados no chão junto das pedras. Tal história foi contada, não sem um certo ar de constrangimento, pelo diretor do arquivo local. Mais detalhes foram obtidos no folder – um claro sinal de que, apesar do constrangimento, os alemães (ou a maioria deles) não querem esconder essa parte triste do passado.
Sim, viajar é viver emoções e trombar com a história em uma esquina qualquer.
PS: no verão de 1938, o estado nazista organizou um boicote a todas as lojas de judeus na Turíngia. Era uma medida para a “arianização” da região. A deportação de famílias judias para os campos de extermínio na Europa oriental começou na Turingia em maio de 1942 e foi dirigida e supervisionada pelo escritório da Gestapo em Weimar. O primeiro grupo saiu dia 10 com 342 judeus – incluindo homens, mulheres e crianças. Outras levas saíram posteriormente, inclusive para Auschwitz (em 1944), o mais famoso campo de extermínio, na Polônia.