Algumas das
principais atrações da Suíça estão ligadas à neve. Suas estações de esqui, por
exemplo, aparecem entre as mais procuradas do mundo pelos turistas. Mas será
que no verão dá para se divertir no gelo? Nossa equipe subiu às alturas para
trazer a resposta.
Nos meses de
verão, a Suíça é um país diferente. A neve que atrai turistas de todo o mundo a
cada temporada dá lugar a lindos campos. O verde toma conta da paisagem, mas
apesar da mudança, a neve não vai embora. Nunca. É só olhar para o alto, nos
picos das montanhas - que dominam 70% do território.
Nosso destino é
o monte Titlis, a montanha mais alta da Suíça central. Fica próxima da
histórica cidade de Lucerna. O caminho de trem pelo vale do rio Engelberger Aa
é recheado de vilarejos. No começo da viagem, outro famoso pico da região, o
monte Pilatus, observa nosso trajeto. Depois desaparece.
Após quarenta
minutos, chegamos a Engelberg. A cidadezinha, com menos de cinco mil
habitantes, fica na base do monte Titlis. É um lugar encantador. Lá, o tempo passa
mais lentamente. Tudo parece funcionar. É como o cenário de um conto de fadas.
Engelberg
surgiu em torno de um mosteiro beneditino fundado no ano de 1120. O local, que
hoje abriga 22 monges, é aberto para visitas. A sala das virtudes, ornamentada
em madeira; a bela igreja que guarda relíquias de um santo; a beleza dos
jardins. O irmão Thomas Didymus Stingelin conta que não havia vila antes do
mosteiro existir. Quando fizeram o mosteiro, diz a lenda que o céu se abriu e
apareceram três anjos sobre as montanhas, daí surgiu o nome do vilarejo, Engelberg,
que significa montanha dos anjos.
Para chegar mais perto dos anjos, ou do céu, é preciso subir ao monte Titlis. De bondinho. São três teleféricos até o topo. Aos poucos, a cidade vai ficando pequenininha... E a montanha se revela. O gelo já aparece mais próximo.
Para chegar mais perto dos anjos, ou do céu, é preciso subir ao monte Titlis. De bondinho. São três teleféricos até o topo. Aos poucos, a cidade vai ficando pequenininha... E a montanha se revela. O gelo já aparece mais próximo.
O último
trecho é feito em uma das principais atrações: o Rotair é o primeiro teleférico
giratório do mundo. Enquanto a gente sobe, tem uma visão total da montanha. Um
espetáculo de cores e sensações que a natureza proporciona. Estamos no monte Titlis.
As nuvens
passam rapidamente e, quando elas permitem, dá para ver o azul do céu e os
picos ao redor, com a neve que nunca derrete. A paisagem lembra as embalagens
de chocolate.
Vamos ao ponto
mais alto do monte Titlis, a 3.239 metros de altitude, e o interessante da Suíça
é isto: mesmo no verão é possível ter contato com a neve. “O que uma carioca
faz aqui?”, perguntei para a auxiliar administrativa Thaís Oliveira. “Eu vim
conhecer a neve! Vim passar férias e não podia deixar de comparecer a esta
montanha. É maravilhosa! É muito alto, mas quando chega aqui em cima compensa”,
disse. “Sejam bem-vindos porque aqui é realmente bonito e vale a pena”,
completou a auxiliar de enfermagem Rosana Soares Brunner.
Quem vai até o monte Titlis encontra uma série de atrações. No inverno, é uma das principais estações de esqui no coração da Suíça. No verão, dá para descer de boia na neve, diversão garantida para crianças e adultos. Ou quem sabe pegar o teleférico que cruza as fendas da montanha. E se a coragem permitir, que tal cruzar a ponte suspensa sobre o Titlis? Ela balança um pouco naturalmente. É a ponte suspensa mais alta da Europa, fica sobre um precipício com 500 metros.
Mas as
atrações não estão só do lado de fora da montanha. É possível também entrar no
coração da geleira. Tem um túnel de 150 metros e acima dele cerca de 20 metros
de neve. A sensação é de estar em uma geladeira.
A cada ano,
quatro milhões de toneladas de gelo derretem no monte Titlis nas mudanças de
estação. Seja no inverno ou verão, a certeza é que a neve sempre estará lá, à
espera dos 30 mil visitantes que sobem a montanha todos os dias. Faça frio ou
calor, a diversão está garantida. Com uma ajudinha da natureza.
* Texto original de reportagem feita para o programa "Matéria de Capa" (TV Cultura, dom., 19h30)
* Texto original de reportagem feita para o programa "Matéria de Capa" (TV Cultura, dom., 19h30)