Templos do esporte

Sempre gostei de futebol. Desde pequeno, acompanhava meu pai nos jogos da Internacional pelo interior de São Paulo (e até fora do Estado). Eram sempre boas aventuras nos domingos. Elas começavam bem cedo, pé na estrada. E terminavam tarde da noite, madrugada, em geral num restaurante (era uma das minhas partes prediletas). Talvez essas experiências tenham influenciado na minha admiração por estádios de futebol – hoje, diria que não só estádios, mas também ginásios.
Sempre que me deparo com um templo esportivo, fico alucinado. Certa vez, dentro de um ônibus, cheguei a me contorcer para conseguir uma foto. Hoje, já são tantos os locais esportivos que vi e conheci que perdi a conta. Na verdade, só me dei conta disso dia desses após ler uma espécie de guia sobre estádios ao redor do mundo (veja aqui). E esta postagem surgiu. Na minha mente, como uma visão.
Lembrei do magnífico Allianz Arena. O ano era 2005, véspera da Copa do Mundo da Alemanha. Estava chegando a Munique de carro quando vi numa placa o nome do estádio. Bastou para minha curiosidade ser aguçada. A partir daquele momento, a então desconhecida Munique passou a ter um ponto de visita obrigatório: o Allianz Arena. O programa ficou para o fim. E valeu a pena.
O estádio tinha acabado de ser construído para a Copa. “Zero bala”. A chegada até ele, como é praxe na Alemanha, foi das mais fáceis e organizadas. Uma linha de metrô foi feita exclusivamente para levar os torcedores e turistas até o novo estádio. E logo na saída da estação aquele monumento se revelou. Esplêndido – apesar do dia nublado e frio.

A arena de Munique provavelmente inaugurou a era da moderna arquitetura dos estádios, seguida depois pelas construções olímpicas de Pequim. O Allianz tem o formato de um grande pneu ou coisa semelhante. Naquele dia, as forças de segurança estavam fazendo uma simulação de socorro no local. Dentro do estádio, o que há de mais moderno. Não faltavam as lojas, claro. Do Bayern, o principal time local, e do Munique 1860, além de uma outra do próprio estádio. Vendia-se de tudo. Até grama, guardada numa latinha. Não tive coragem de comprar. A grama. E não pude resistir aos chaveiros, camisetas, etc. Eu e centenas de turistas-torcedores.
Antes dele, já tinha visto os históricos Monumental de Núñez, do River Plate, e La Bombonera, do Boca Juniors, ambos em Buenos Aires. Depois vieram estádios de Lisboa, exibindo a mesma arquitetura; de Madrid (o Vicente Calderón, do Atlético, e o histórico Santiago Bernabeu, do Real); o Stade de France, em Saint Denis, nos arredores de Paris (visto da estrada); os de Filadélfia, Richmond, Miami, Atlanta (o único no qual assumi o papel de torcedor durante um jogo); os ginásios de Miami e Nova York (o histórico Madison Square Garden).

Richmond

Madison Square Garden - NY

Cada um, à sua maneira, tornou-se especial. No Turner Field, assisti pela primeira vez a uma partida de beisebol. Torci pela primeira vez fora do Brasil. Senti a emoção do show organizado pelos norte-americanos. Vibrei com os dois “home run” (leia mais aqui).

Foi, porém, no Bernabeu (onde estive duas vezes) que me imaginei craque. Alfredo di Stefano, Puzcas, Raul, Ronaldo, Zidane, Roberto Carlos pisando naquele gramado. Gramado que estava ali, aos meus pés. Eu sentado naquele mesmo banco de reservas onde Beckham e Robinho um dia sentaram. Passando por aqueles mesmos corredores e vestiários onde Kaká e Cristiano Ronaldo hoje passam.


Ah, não poderia deixar de citar o estádio onde debutei como turista. O ano era 1986. A Inter tinha acabado de conquistar o inédito título do Campeonato Paulista. Estava com nove anos e fui conhecer o maior de todos. O maior do mundo. Palco de glórias, triunfos e derrotas memoráveis. O Estádio Mário Filho. Rio de Janeiro. Brasil. Para os íntimos, simplesmente Maracanã. Dele, infelizmente, não tenho registro fotográfico...

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