
É impossível não notar, logo na chegada, a perfeição da paisagem. Ainda que o dia esteja completamente nublado, como naquele domingo 31 de outubro. As casas, as árvores, as cores, as gotas que caíam do céu molhando as plantas, tudo contribuía para dar àquele lugar a aparência de um cenário. Mas, sim, era real!
Como a cidade ocupa uma formação montanhosa, a partir da estação ferroviária é possível descer ao centro - e ao grande lago que dá nome ao lugar - de carro, a pé ou por uma espécie de bondinho (pelo qual você paga pouco mais de um franco – para este serviço não se aceita euro, mas em vários locais a moeda da Comunidade Europeia pode ser usada). Obviamente, preferi caminhar (ou me vi sem opção, já que não dispunha dos famosos – e caros - francos suíços).
Não me arrependo. Ainda que tenha descido por vias tortuosas, conheci mais profundamente a cidade. Encantei-me com a paisagem. A cada imóvel, a cada jardim, a cada esquina, uma surpresa. E, paradoxalmente, sempre mais do mesmo: a perfeição suíça.







Dali, segui pela Via San Lorenzo e depois pela Giuseppe Motta. As ruas estavam praticamente vazias (seria por causa do domingo, da chuva ou aquilo era normal?). O fato é que caminhei solitário, errante, ladeira abaixo. Cortei caminho por vielas e escadarias encravadas entre um imóvel e outro. Este foi o meu trajeto. Não faltam opções – porque não faltam becos, vielas e escadarias. Basta descer. E você chegará à beira do grande lago, naquele dia sem nenhum movimento (ou melhor, apenas com a presença de uns poucos patos e cisnes).

A paisagem impressiona pela beleza e civilidade. Acompanhando o lago, pela Riva Giocondo Albertolli, de um lado a sofisticação, a tradição misturada à modernidade; de outro, a natureza, a água límpida, o verde dos montes, o caminho marcado pelas árvores de folhagem “amarelo-outono”, harmoniosamente perfiladas rumo ao Parco Ciani ou Civico, um espaço de 63 mil metros quadrados.



Caminhe devagar, despretensiosamente. Respire, inspire. Observe, aprecie. Sinta, viva. Vá em frente, rumo ao porto, no ponto onde o rio Cassarate encontra o grande lago.




O parque abriga ainda museus. Colado a ele, o Palácio do Congresso. Defronte à entrada principal, no quarteirão entre o lago e a Praça da Independência (Piazza Indipendenza), o moderno cassino de Lugano. Entre a praça e o cassino, a Rua Canova, que leva ao Museu Cantonale de Arte. Bem perto dali, onde a Canova vira uma pracinha (ou piazzetta), a Igreja de San Rocco, do século 16.






A essa altura, já se percebe que o melhor a fazer em Lugano é mesmo caminhar – e lembre-se que você está na Suíça, portanto os carros vão sempre parar para os pedestres. Claro que o grande lago merece um passeio de barco e os montes merecem uma subida pelos teleféricos, mas debaixo de uma chuva que só crescia, restou-me a encantadora tarefa de caminhar. Pela harmonia, perfeição e civilidade... Ora, a Suíça!
Lugano - Lifestyle from Discover Lugano on Vimeo.
* O vídeo acima é de divulgação.