As casas à
beira do lago são um exemplo da harmonia entre o homem e a natureza. A água que
jorra a 140 metros de altura no famoso jato enfeita a paisagem. É o símbolo de
um elemento essencial para os suíços. Cuidar da água é como lei por lá. E que
cuidado! No lago de Genebra, o maior da Europa ocidental, são 581 km2 de água
cristalina.
A pequenina Suíça,
com um território semelhante ao do estado do Rio de Janeiro, tem 1.484 lagos. Eles
surgiram durante a última era glacial, 15 mil anos atrás. Só na região dos Alpes,
o país - conhecido como reservatório da Europa - armazena 6% de toda a água
doce do continente. No vilarejo de Wasen, na região de Emmental, a água que
corre no riacho é tão cristalina que mal dá para vê-la. Uma perfeição!
E não é só nas
pequenas cidades. Em Zurique, com quase 400 mil moradores, o rio Limmat fica
mais bonito com a paisagem ao redor, uma mistura de construções históricas e
modernas. Aqui, a água é um bem ao alcance de todos. A maior cidade do país
possui 1.200 fontes.
Além dos
produtos que todo mundo conhece, o queijo, o relógio, o chocolate, a Suíça se
orgulha também da qualidade da sua água. São milhares de fontes espalhadas por
várias cidades e todas elas têm água potável. Em Lucerna, são 225. Na capital Berna,
são mais de cem - onze delas, decoradas com figuras alegóricas, estão lá desde
o século 16.
É fácil
entender a razão da qualidade que escorre pelas torneiras. Berna, por exemplo,
é contornada por um rio de águas esverdeadas e límpidas – o Aar. Um cenário que
encanta!
Assim como no lago dos Quatro Cantões, que une as regiões que deram origem à Suíça. Com 113 km2, ele é prova de que o tom escuro engana olhos desavisados. Olhando de perto, a água é transparente.
Assim como no lago dos Quatro Cantões, que une as regiões que deram origem à Suíça. Com 113 km2, ele é prova de que o tom escuro engana olhos desavisados. Olhando de perto, a água é transparente.
Em Lucerna, o
lago é cercado por construções medievais, com belas fachadas decoradas. A ponte
do ano 1365 acrescenta à paisagem um charme especial. Ela é ligada à torre da
água, um nome bastante sugestivo. Perto dali, a pequena queda de água atrai
visitantes.
Mas é mesmo um
passeio no centenário barco a vapor que permite apreciar toda a beleza do lago
e dos vilarejos ao redor. Eles surgem nas margens em meio ao verde das
montanhas, a cor do país no verão.
Apesar do dia
nublado, a paisagem é inspiradora. Imagine para quem navega aqui todos os dias,
como o capitão Martin Infanger. São cinco horas e meia no comando do barco que
desliza suavemente pelo lago de Lucerna, como também é conhecido. “Todo dia é
diferente neste lago, ele é muito bonito. E é um prazer que pessoas de todo o
mundo venham até aqui”, diz.
E o nosso destino, um lugar tranquilo e harmonioso típico da Suíça, também reservava uma surpresa. Em Brunnem uma cidadezinha às margens do lago Lucerna, a gente consegue ter a noção exata de porque a Suíça tem tantas fontes de água potável. Quando a gente olha para os rios e riachos, a qualidade da água realmente impressiona.
Quem pode, aproveita...
* Texto original de reportagem feita para o programa "Repórter Eco" (TV Cultura, dom., 17h30) - abaixo, a partir do minuto 1:45: