Uma gigante de dez anos

A maior roda-gigante do mundo completa dez anos em 2010 – para quem fez as contas, sim, a London Eye marca a chegada do novo milênio. Ela foi um toque moderno no coração mais tradicional de Londres, em frente ao Parlamento, perto do Big Ben e da Abadia de Westminster. Na margem do Tâmisa, não poderia ter abrigo melhor.
A London Eye definitivamente é uma atração que merece ser incluída em qualquer roteiro londrino. Não, ela não tem o valor artístico da Tate Modern e da National Gallery ou o valor histórico do British Museum, mas tem o seu próprio valor. Aliás, talvez seja isso que a torne tão atraente. Ao menos para mim, a London Eye representa um refresco de tudo o que Londres oferece de mais tradicional.
Uma volta na gigantesca roda-gigante dura cerca de meia hora. O movimento é tão suave que basta uma desatenção para que você sequer perceba sua subida e descida. A suavidade ajuda na hora de admirar a paisagem (e haja paisagem!), identificar os pontos turísticos e, claro, tirar fotos. Acredite: dá tempo até para sentar e descansar (para quem não sabe, a cabine é para 30 pessoas, em pé; há um banco central).
Tão importante que tudo isso, porém, é a contemplação. Se Londres é especial no subterrâneo com seu charmoso underground (e o tradicional “Mind the gap”), se é especial nas ruas com sua gente estilosa e modernosa, por que não seria especial do alto? E nada melhor do que a London Eye para ver a capital londrina lá de cima. Duvida? Então experimenta (assim mesmo, para lembrar um antigo comercial de cerveja).
Para quem considera banal uma roda-gigante numa cidade como Londres, encare a London Eye. Tenho certeza que vai rever essa consideração.
E não se assuste com a quantidade de pessoas na fila de compra dos tíquetes ou para entrar na atração. Como as cabines são amplas, muitas pessoas embarcam de uma só vez e a sua hora chegará rapidamente. Talvez você até se depare com um brasileiro como ajudante de embarque (eu me deparei).
Lá no alto, você vai se surpreender com uma rara visão panorâmica, 360 graus, de uma das principais capitais mundiais. Uma visão que torna o “London Eye” um nome mais do que apropriado. Eu, por exemplo, tive a ideia – ao ver as indicações de norte, sul, leste e oeste na cabine - de registrar Londres em seus quatro pontos cardeais. O resultado foi interessante (embora, no lado leste, a imagem tenha sido comprometida pela porta).




Se quiser curtir um pouco mais essa nova atração londrina (sim, nova, numa cidade com mais de mil anos de história, a roda-gigante é apenas uma criança de dez anos), percorra descompromissadamente a região (seria um deck?) onde a London Eye está instalada. Não há nada de especial além de lanchonetes e algumas lojinhas, mas o clima é “cool” (para usar uma expressão que cai bem com Londres). Você provavelmente encontrará muitas famílias com suas crianças correndo para lá e para cá. Se estiver com disposição, vai até achar graça em toda aquela muvuca. Basta lembrar que você está em Londres, na beira do Tâmisa.

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