
É incrível como depois de uma viagem excitante pela Costa Leste dos Estados Unidos, foi do ar – ou melhor, do mar – que veio a mais bela imagem que eu já vi. A dez mil metros de altura, a bordo de um Airbus, cruzando os hemisférios, um detalhe começou a chamar minha atenção lá embaixo. O azul do mar começava a mudar.
Justo eu, que costumo não olhar pela janela do avião (confesso que tenho um certo medo de voar), não conseguia mais desgrudar os olhos daquele pequeno espaço visual. Cheguei a me contorcer para ampliar o campo de visão, extasiado pelo que via. E não via nada, nada além do azul do mar. O mar do Caribe.
Já tinha cruzado aquela rota algumas vezes, mas raramente de dia e nunca com um céu tão claro como naquele domingo de setembro. O céu extremamente azul se confrontava com o mar inebriantemente azul. Um azul que passava de escuro a claro, que se misturava, que produzia novos tons. Azul-piscina, azul-turqueza, azul claro, azul escuro, azul. Simplesmente azul.
E de repente um azul invadia o espaço do outro, numa mistura alegre que lembrava os desenhos de Monet com as cores vibrantes de Miró – embora quadro nenhum tenha conseguido até hoje representar o que eu via. Sequer as fotos conseguiram captar aquela beleza. É que mais do que ver, o mar do Caribe me fez sentir. Olhos grudados na janela e uma sensação divina invadindo a alma. A profusão de tons e cores, a beleza daquele mar só podia ser criação divina – ainda que à divindade dê-se o nome de natureza.
Eis que ao azul misturaram-se tons amarelados, brancos. Seriam bancos de areia? Recifes?
Eu simplesmente não acreditava no que via. Depois de tanta imagem e tanta informação, depois das luzes de Times Square e do verde mar de Key West, depois do vermelho da Filadélfia e do verde de Atlanta, era o azul daquele mar que me cegava.
Justo eu, que costumo não olhar pela janela do avião (confesso que tenho um certo medo de voar), não conseguia mais desgrudar os olhos daquele pequeno espaço visual. Cheguei a me contorcer para ampliar o campo de visão, extasiado pelo que via. E não via nada, nada além do azul do mar. O mar do Caribe.
Já tinha cruzado aquela rota algumas vezes, mas raramente de dia e nunca com um céu tão claro como naquele domingo de setembro. O céu extremamente azul se confrontava com o mar inebriantemente azul. Um azul que passava de escuro a claro, que se misturava, que produzia novos tons. Azul-piscina, azul-turqueza, azul claro, azul escuro, azul. Simplesmente azul.
E de repente um azul invadia o espaço do outro, numa mistura alegre que lembrava os desenhos de Monet com as cores vibrantes de Miró – embora quadro nenhum tenha conseguido até hoje representar o que eu via. Sequer as fotos conseguiram captar aquela beleza. É que mais do que ver, o mar do Caribe me fez sentir. Olhos grudados na janela e uma sensação divina invadindo a alma. A profusão de tons e cores, a beleza daquele mar só podia ser criação divina – ainda que à divindade dê-se o nome de natureza.
Eis que ao azul misturaram-se tons amarelados, brancos. Seriam bancos de areia? Recifes?
Eu simplesmente não acreditava no que via. Depois de tanta imagem e tanta informação, depois das luzes de Times Square e do verde mar de Key West, depois do vermelho da Filadélfia e do verde de Atlanta, era o azul daquele mar que me cegava.


